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Peço desculpas, também, por abordar este tema, mas não se trata das gracinhas, das peraltices, da esperteza, da inteligência e da fidelidade de Phobe e Scarlet, minhas "netas postiças", eis que os filhos não se resolvem a me conceder o privilégio de ser avô.
Dizia Nelson Rodrigues que, sem sorte, não se chupa um simples chica-bom até o fim pois, antes disso, ele escapa do palito e bate no chão. E sorte é necessária a todos, sejam os humanos, sejam os animais.
No domingo cedo, levei as minhas cachorras para o pet shop, em seu banho quinzenal . Elas, com a minha habitual pouca modéstia, face à parte que me cabe na história, nasceram com o bum-bum para a lua. Carinho, cuidados, passeios, alimentação farta e de qualidade, enfim, um vidão.
Poucos não são, infelizmente, os cães que nasceram e sobrevivem sem essa mesma sorte . E não me venham com essa conversa de " e as crianças abandonadas ? " Pois eu reponderei : " sem dúvida . E, a propósito, o que você faz pelas crianças abandonadas ? " . Quase certo que nada, portanto, fica na sua.
Fato é que tenho muita pena dos cães "de rua" e a maior admiração por quem cuida deles, assim como também tenho, é óbvio, a maior admiração pelos que cuidam de crianças idem.
Voltando ao pet shop, enquanto eu esperava as minhas cachorras ficarem prontas, chegaram duas mulheres que me pareceram mãe e filha, acompanhadas por um cachorro com aspecto de ser o mais vira-lata dos vira-latas : porte médio, tinha aspecto de ser um primo de quinto grau de um pastor alemão. Magro, pouco pelo, uma carinha de dar dó. A veterinária de plantão tinha ido fazer alguma coisa na recepção e começaram a conversar, as donas do totó e ela.
Encontraram o bichinho no sábado à noite, vagando pela rua e tiritando de frio. Condoídas com a situação do animal, o chamaram e ele veio, muito dócil e humilde. Acabaram levando-o para casa, lhe alimentaram, deram água e fizeram um cantinho aquecido para ele dormir na área de serviço.
No domingo de manhã, lá estava o bichinho, olhando para elas, como se pedindo," fica comigo ? " . Diante da cena, que seres desalmados seriam, caso resistissem ao comovido apelo ? E tomaram a decisão : " Pronto, é nosso ! " . A primeira providência foi levá-lo ao veterinário e era o que estavam fazendo. Fiquei ouvindo mais um pedacinho da conversa e , numa vistoria em dentes e gengivas, sua idade foi estimada em dois anos. Àquela altura, o totó até há pouco abandonado, se havia transformado num astro, todos os donos e donas de cahorros que estavam por ali, a lhe fazer afagos . Mas, o lance que então testemunhei, foi comovente. A senhora que estava com ele, se sentou numa cadeira. Ele olhou, foi em direção a ela e deitou-se em cima dos seus pés, como a querer garantir que ela não iria sumir no meio daquele pessoal. Muito lindo não é ? Depois, se dirigiram à sala de exames e eu só pude me despedir, desejando a elas e ao cachorrinho que fossem muito felizes. Só sei o seguinte, cachorros são mesmo seres especiais, por isso adoro eles.
OBSERVAÇÃO: " Polegar Para Baixo" e "Polegar Para Cima" estarão de volta amanhã, dia 2 de julho .