quarta-feira, 29 de julho de 2009

"ANTES ERA VÔLEI, AGORA É FUTEBOL! E VOCÊ PEGOU A BOLA COM A MÃO, É PÊNAILTI..."

Algo mais ou menos assim é constantemente mencionado nos ambientes empresariais, pois aqui no Brasil, um burocrata tem uma idéia "luminosa" e as regras que norteiam o seu negócio, fazem com que ele, de lucrativo, passe a ser, num passe de mágica, o maior dos micos do mercado. E você, que "vá se queixar ao bispo", ou "chorar na cama que é lugar quente" .

Já a sociedade, como um todo, é "solidariedade zero", se o problema não lhe atinge. Estamos vendo o exemplo dos precatórios, onde o poder executivo estadual e municipal, estão pretendendo aplicar o mais deslavado calote em quem está na fila, há anos e anos, esperando receber do governo, aquilo que lhe é devido por decisão judicial irrecorrível.

Como, diante da população como um todo, os credores de precatórios são em pequeno número, as pessoas, como o deputado gaúcho, estão mesmo é se lixando para eles.

Agora, nesta crônica, vou abrir exceção no "espírito" do blog, para tratar de um assunto municipal : A questão dos "ônibus fretados" na cidade de São Paulo.

Bem, não é preciso dizer que, a cada dia, um número mais expressivo de famílias, por tudo de ruim que sabemos acontecer diariamente por aqui, sonha em cair fora do "inferno" em que foi transformada esta cidade, e morar num município menor, onde seus filhos possam desfrutar de uma melhor qualidade de vida.

Assim é que, as cidades situadas a até 100 km. de São Paulo, vem recebendo um número muito grande de condomínios residenciais, especialmente de casas, onde a garotada pode jogar bola, ter cachorro, brincar na rua com os amigos, sem que, salvo algumas exceções, estejam permanentemente expostos à violência urbana de São Paulo. Reforçando essa tendência, existe o fator "custo dos terrenos urbanos", ainda bem mais baratos que os por aqui situados.

Só que, como não há, nessas cidades, mercado de trabalho para absorver os adultos da família, eles concretizavam os seus planos de felicidade, trabalhando em São Paulo e morando em municípios razoavelmente próximos. O que viabilizava a estratégia, era o esquema do "ônibus fretado". A pessoa era apanhada na porta de casa, deixado na porta do escritório, e a ela devolvido à noite, cumprido o seu expediente. Era sacrificado ? Sim, claro que era, mas essas pessoas liam nos ônibus, cochilavam, batiam papo com os colegas diários de viagem.

Compensando o sacrifício, o bem estar da família, a casa que jamais poderiam pensar em ter nos bairros nobres de São Paulo e os adoráveis fins de semana, com direito a sol, churrasco e, no mais das vezes, um banho de piscina, que ninguém é de ferro.

Quem materializou este projeto, o fez rigorosamente dentro das leis e se portando como um cidadão-modelo. Aí, vem um burocrata paulistano e resolve dar uma de gênio : " o trânsito em São Paulo está insuportável. Que tal proibirmos os ônibus fretados de trafegar em determinadas regiões ? " "Genial" , responde o prefeito. E "pau na máquina ! ". Melhorou o trânsito ? Claro que melhorou ! E os infelizes dos usuários dos ônibus fretados ? "Ora bolas, que acrescentem à sua jornada diária, mais 4 km a pé, pois andar faz bem, mesmo na chuva, ou que tomem um metrô superlotado, se houver metrô na região ou, querem saber, danem-se ! ( para não dizer outra coisa ), não me encham o saco.

Pois bem, o que era um sonho bom, passou a ser um terrível pesadelo para esse pessoal que, no começo da semana, passou a percorrer a pé quarteirões e mais quarteirões para chegar ao escritório e voltar para o ônibus, no fim do expediente. Eles estavam jogando vôlei e, de repente, virou futebol !

Nessa linha burra de pensamento, eu garanto ter no meu bolso a solução para o trânsito caótico desta paulicéia desvairada. Vejam se não sou o gênio entre os gênios : Hoje, cada automóvel tem a sua circulação limitada em um dia por semana e, ainda assim, os engarrafamentos são terríveis. Que tal será inverter a lei e permitir que cada automóvel possa circular apenas em um dia por semana ? O trânsito não ficará uma verdadeira maravilha ? Então ... . E, como se sentirão os donos de automóveis ? Ora, eles que se f, digo, que se lixem ! Eu quero é o meu Oscar de "burocrata do ano" .

E, antes que me esqueça, assim como não conheço nenhum "dono" de precatórios, igualmente não tenho ninguém em minhas relações pessoais, que se utilize de ônibus fretado .