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Bem, graças a Deus, o meu primo foi, já faz muito, navegar em outros mares menos revoltos e hoje para ele, bancos e os banqueiros pertencem a um passado remoto.
Esse assunto me veio à cabeça por haver conversado ontem sobre este assunto - dizer não - , com objetividade, e, mais uma vez, constatar que, para mim, sempre foi complicado dizer NÃO e, talvez, pior ainda," levar " um NÃO no "focinho". Interessante, convivi muitos anos, na área comercial, com uma pessoa que era capaz de ouvir, impassível, sem emitir o menor sinal de estar ou não "gostando" da longa história, história esta naturalmente envolvendo um pleito, um pedido, um apelo, enfim, qualquer coisa do genero, para, na hora da pergunta final, responder com um único, desacompanhado e solene NÃO ! . Esse estilo, com certeza, é muito eficiente e capaz de deixar o interlocutor absolutamente paralizado, incapaz de esboçar alguma reação. É como o lutador de boxe ( quer troço mais horrível que boxe ? pior que tem, deixa pra lá ) que leva um "direto" na ponta do queixo. O sujeito "apaga" e pronto.
Eu, por forças de circunstâncias, muitas vezes fui obrigado, também, a dizer NÃO . Mas nunca me deu o menor prazer pronunciar esta palavra . Pelo contrário, para mim ela causava o maior constrangimento e estava sempre acompanhada por vários "considerandos" até chegar ao "finalmente" . Já ouvir um Não a um pleito, mesmo não se tratando de algo de caráter pessoal, sempre a mim se apresentou com um doloroso ar de humilhação. Enorme babaquice, reconheço. A vida é feita de sucessivos " SIMS " e " NÃOS ". Tentar escapar deles o quanto possível é fruto de pura insegurança. Sentir-se acabrunhado diante de uma negativa, também. Tive, na minha vida profissional, grandes amigos que ocuparam cargos de alta expressão e que mantinham estreita relação com a minha atividade. Pois não é que eu abominava ter que pedir algo a eles, por mais regular e razoável que fosse, por imaginar que pudessem pensar : " Esse cara se faz de meu amigo por interesse ... " . E, quem não sabe ser a vida comercial um permanente jogo de "bons relacionamentos" ? Eles costumam valer fortunas. Agora, pergunto, não serei caso de internação ? Talvez não, pois a psiquiatria anda recomendando que fechem os hospícios, puxa, que sorte a minha ! Para mim, amigo sempre existiu para gostar, curtir, bater papo, sair junto, achar uma ótima companhia, "tomar uma" ( ou muitas ), ser solidário nas horas amargas, etc. Mas não para auferir vantagens.
Hoje, analiso este meu estilo, nem com raiva, nem com arrependimento. É, simplesmente, o meu jeito e fim de papo, fazer o quê ?