sábado, 11 de julho de 2009

O RESPEITO À INDIVUDUALIDADE NOS CASAIS (OU "CASAMENTOS II")

Um tema que hoje mexe muito com a minha cabeça é o respeito à individualidade, sobre o qual já falei aqui algumas vezes e nele ainda vou insistir, é a individualidade é a indagação sobre como estabelecer uma relação entre duas pessoas que tenha, efetivamente, um conteúdo de parceria, de cumplicidade e dos demais componentes que integram o campo afetivo.

E, sem essa de procurar alguém que seja "igualzinho" a você em tudo, pois essa não existe e, caso existisse, seria de uma monotomia de dar bocejos. Então, que tal alguém que seja capaz de ceder sempre, por amor ? Chatíssimo. Conheço um casal em que o marido pergunta algo a mulher, na frente dos outros, e todos percebem que ela fica quase em pânico, querendo adivinhar qual a resposta que ele gostaria de ouvir. E, quando ela "erra", o cara fica bravo e a pobre coitada tentando corrigir o que disse, um horror. Neste caso, eu pergunto : "Isso é uma relação, ou rendição" ?

Será que o tal do equilíbrio, do bom senso, tão desejável na vida, funciona bem no relacionamento conjugal ? "Está bem, eu assisto à corrida de Fórmula 1 com você, mas você vai assiste ao programa do Jô comigo ? ". " Hoje, a televisão vai ficar ligada até de madrugada, você ouvindo os filmes de gritos que detesta. Mas, amanhã, prometo que vou assistir ao jogo do Fluminense com você e a mesa-redonda que vem logo após " . Isso é vida ? Pode até não ser, mas é o sábio e antigo , "um cede aqui, para o outro ceder ali ... ". Mas, a mim, não satisfaz .

E o exercício da individualidade, como tive a experiência, onde cada um passa a ter o seu quarto, a sua televisão, o seu banheiro, depois a sua casa, o seu bairro, e, finalmente, a sua cidade, também não sei se dá muito certo. O afastamento começa a ser medido em centímetros e termina em milhas.

Então, vocês haverão de perguntar : " Pô, você já não disse que teve um casamento feliz por muitos e muitos anos ? " " É verdade, tive " . Só que a Christina e eu tínhamos 50% de compatibilidades ( o que já é muito ), 39,2% ,do que ela aceitava fazer de bom grado para me agradar, sem me revelar a verdade ( toda mulher é exímia nessa arte de disfarçar, está aí o orgasmo feminino que não me deixa mentir ) e, de 10,8% por cento de vontades dela ,que eu fazia, por amor (que lindo, hein ? ) . E assim seguíamos vida afora, felizes ( pelo menos eu ) e satisfeitos.

Até que um dia, a Christina achou que "a sua participação na sociedade" não estava sendo justa e colocou : " Daqui para frente, é 50% pra lá, 50% pra cá ! " . Pronto, estabeleceu-se a confusão. O "meio a meio é justo ? " Justíssimo ! Só que eu me habituei mal e, se mudar quando ainda jovem já é difícil, depois de coroa, então ...

Outro dia mesmo eu falava aqui de casamentos mais estáveis e sólidos que a Muralha da China, mas, embora os respeite e mesmo admire, não me enquadro em nenhum daqueles perfis. No nosso caso ( Christina e eu ) , "contas" poderíamos cobrar ( ela muito mais, aceito ), menos que em nossa vida tenha faltado "emoções" ( como diria o nosso Roberto Carlos ) . E , quando chegar a "minha hora", vou poder cantar : "O importante é que emoções eu vivi " .