quinta-feira, 9 de abril de 2009

O TAL DO COMPUTADOR


Acordo, tomo o café da manhã, saio para passear com as cachorrinhas, volto para casa, dou uma olhada nas manchetes dos jornais e ligo o computador : putz, estou sem o sinal da internet !

Aí é que me dou conta de como eu fui aos poucos me deixando tornar dependente do computador. Perder esse meio de comunicação, mesmo que temporariamente, me faz sentir no maior isolamento, pouco importa o telefone, o rádio, a televisão e os jornais à minha disposição. E pensar que, não faz tanto tempo assim, passava em frente aos computadores de meus filhos e nem me preocupava em entender direito o que eles significavam.

Quando o meu filho apareceu na sala, falei com ele já me sentindo prá lá de incomodado : " Filho, estamos sem internet ! " . Com a familiaridade própria dos jovens, ele testou aqui, testou ali e logo percebeu um mau contato num cabo de rede ( ? !!! ) . Mais uns movimentos e pronto, estava resolvido o problema, que alívio, nem ia precisar incomodar o meu genro, especialista no assunto.
Aí, acesso a minha caixa postal, leio os e-maisl recebidos, os respondo, escrevo alguns outros, acesso alguns sites e parto para escrever o blog de hoje. Mas, cadê a inspiração ? o susto de "ficar sem internet" me roubou a inspiração.

Foi quando lembrei que estamos na Quinta-feira Santa. Deus do céu, como os tempos mudaram ... . Lembro que, quando criança, em Copacabana, bairro onde morava, no Rio de Janeiro, as comemorações da semana santa começavam no Domingo de Ramos, quando as famílias recebiam nas igrejas as palmas que faziam lembrar a saudação do povo na chegada de Jesus a Jerusalém . Era uma semana dedicada à reflexão e às cerimônias religiosas que rememoravam os últimos dias e a ressurreição de Jesus. Na quinta-feira, tínhamos a cerimônia do lava-pés, quando repetindo o ato de humildade de Jesus, antes da Santa-Ceia, os padres lavavam os pés de 12 fiéis. Eu achava aquilo tudo muito bonito e assistia contrito àquela representação. A minha mãe procurava explicar a mim todo o sentido da cerimônia .

A Sexta-feira Santa, era um dia triste e de reflexão. As pessoas quase não se falavam, risos e brincadeiras nem pensar. Rádio e televisão tinham programação especial relembrando o sacrifício do Senhor. E eu não conseguia entender a razão de terem crucificado e morto Jesus, um homem que só pregava o bem. Parece que todos nós participavamos da dramaticidade daqueles momentos. Havia uma cerimônia em que a imagem de Jesus era retirada do altar e exposta para que os fiéis pudessem reverenciá-la e beijar os seus pés.

O sábado de aleluia marcava a véspera da Páscoa, da ressurreição de Cristo, quando as famílias se reuniam para comemorar a vida, em nova dimensão, do Salvador.

Eu sei que havia uma grande interação de toda a comunidade na Semana Santa. Hoje, nada se vê, salvo no interior das igrejas ou em algumas cidades do interior que prosseguem cultuando a tradição. De resto, são dias iguais aos outros. Feriadão, praia, futebol, baladas, cinema, viagens e, vamos nessa ... .