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Como eu disse hoje ao leitor e amigo Valdir Saguas, fumante convicto, quando eu era rapaz a calça LEE e o isqueiro Zippo quase que eram extensões do meu corpo. E, então, nada havia de mal contra o cigarro, pelo contrário.
Chegou o dia, porém, que eu resolvi abandonar o hábito de fumar. Não foi tão difícil assim pois nunca fui pertencente ao grupo dos fumantes mais fanáticos. ( O meu primeiro cigarro era aceso no escritório, detestava fumar dirigindo, jamais saía de casa com o objetivo específico de comprar cigarros, quase não tragava, etc. ) Dei algumas ensaiadas e acabei parando, pronto. Mas nunca me filiei às brigadas antitabagistas que circulam na praça. Nem podia, pois a minha mulher era do time "apaga um, acende outro ". Ela parou, faz uns cinco anos, por haver contraído uma bronquite crônica que, nas crises , a deixava com falta de ar.
Tenho, porém, o Domingos, um primo e grande amigo que fuma e com quem saímos para jantar uma vez por semana. É quando tenho a oportunidade de constatar o quanto estão apertando o cerco sobre os fumantes. Ontem, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, deu um "tiro de misericórdia" no cigarro e aprovou a proibição do fumo em todo e qualquer recinto fechado. Estou ouvindo entrevistas a respeito no rádio e, mesmo entre fumantes a medida tem apoio da grande maioria. Confesso que fico com pena de quem gosta de fumar o seu cigarrinho e, para jantar fora, vai ter que dar algumas saídas até a calçada, entre o serviço e o prato principal e depois entre o prato principal e a sobremesa, tudo para dar uma pitadinha.
Ao final da refeição, vai pintar o tradicional "o café e a conta" pois, após o café, o cigarrinho é especial...Foi quando, com o meu temperamento conciliador, pensei : " EUREKA ! Já que é assim, deveriam criar o restaurante e o bar de fumantes ! Por que não ? Uma baita placa na porta avisaria : ESTE É UM ESTABELECIMENTO DESTINADO A FUMANTES . Claro que ninguém seria, nesses locais, obrigado a fumar. Só que seria obrigado a tolerar o fumo. Eu mesmo, que não abro mão da companhia do primo, me subordinaria à regra, dando preferência apenas a uma mesa com boa ventilação. E seríamos todos felizes para sempre...
A radicalização imposta pela determinação do Governador José Serra à Assembléia Legislativa de São Paulo ( ou alguém duvida que ele manda e desmanda na Casa ? ) e à população do Estado, me parece um tanto ditatorial. Ou será que não existe mais o livre arbítrio ? eu quero ser gordo, eu quero ser sedentário, eu quero comer doce e sou diabético, eu não abro mão do meu uísque, etc., etc., etc. Não tenho o direito de prejudicar os outros com o que faço de errado, mas não abro mão do direito de decidir sobre o que devo e o que não devo fazer.