quinta-feira, 16 de abril de 2009

GENTE, O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO ...

Vou puxar este assunto pois outro dia estava em uma reunião social, junto a pessoas queridíssimas, e fiquei impressionado com o mau conceito que se anda fazendo do Rio de Janeiro e dos cariocas.

Hoje, infelizmente, o Rio exibido pelo Jornal Nacional e pelo moderno cinema brasileiro, é apenas um amargo coquetel de drogas, traficantes, assaltos, favelas, bailes funks, prostituição infantil, violência e vagabundagem, como se todos os cariocas vivessem metade dos seus dias na praia e a outra metade elocubrando a melhor maneira de passar a perna nos outros, especialmente os turistas e, mais especialmente ainda, os turistas de São Paulo.

Esse enganoso conceito cristalizou-se de tal forma em algumas pessoas, que nem mais tento dissuadí-las da má impressão.

Também não vou negar que estejam presentes no Rio de Janeiro as mazelas aqui mesmo apontadas. Elas existem, só que da mesma forma que também se fazem presentes em São Paulo, ou será que por aqui podemos transitar livres e sossegados ? vejo duas diferenças flagrantes entre os aspectos negativos do Rio e de São Paulo : por aqui a miséria é mais espalhada, enquanto que no Rio é mais concentrada; a grande presença de turistas no Rio, internos e externos, sempre na Zona Sul, faz com que os olhos de cobiça da marginalidade se dirijam a esses "alvos fáceis" que, contrariando as instruções das agências de viagens, se exibem distraidamente, portando relógios de ouro, filmadoras de primeira linha, máquinas fotográficas de última geração e os bolsos lotados de euros ou dólares. Só que, com essa equipagem, infelizmente, o turista corre sérios riscos em qualquer grande cidade do mundo, quanto mais no Rio de Janeiro ou São Paulo.

Mas, posso afirmar, vivi muitos anos no Rio de Janeiro e tenho amigos que por lá viveram toda a vida, sem que jamais eu ou eles tivéssemos sido vítimas de qualquer tipo de violência. Tomamos cuidados sim, lá e aqui. Já faz tempo, assisti a uma palestra de um delegado de polícia e ele, com a sua experiência, dizia : " se ponha no lugar do ladrão : você assaltaria o motorista que estivesse usando um relógio Rolex e conversasse distraidamente no seu belo celular, ou ia dar preferência a quem permanecesse com os vidros fechados, relógio discreto, atento e com nenhum telefone celular sendo exibido ? " . Ele mencionou dois casos extremos, querendo deixar claro que o nosso risco é diretamente proporcional à exposição. É impossível eliminar os riscos, mas certamente é possivel reduzí-los, e muito.

Outra coisa, tenho amigos cariocas e trabalhei no Rio por longos anos e asseguro que por lá se trabalha tanto quanto por aqui. Não passa de fantasia essa história de que carioca não é muito chegado ao batente. Pura conversa fiada de quem nunca morou no Rio.

Agora, o carioca não tem culpa de viver na cidade mais linda do mundo ( quem afirma isso, não sou eu, são pessoas que já rodaram o mundo de verdade e não se cansam de repetir : em beleza natural, não existe nada que se compare com o Rio ) . E, vivendo na cidade mais linda do mundo, o carioca tem o dever de acordar todos os dias e, antes de pular da cama, agradecer a Deus pelo privilégio. Sabendo viver, no Rio você faz muito com pouco. Dê uma caminhada nos calçadões de Copacabana, Ipanema ou Leblon, veja como a vida é linda, sente num trailer e beba uma água de côco bem geladinha. Observe quanta gente bonita, com aspecto saudável, não importa se gatinhas, gatões ou coroas, isso é contagiante, isso é pura felicidade.

Portanto, recomendo a alguns, pois não são todos, dos meus queridos amigos paulistas : se dispam de preconceitos, levem bermudas, camisetas, biquinis, sandálias havaianas, brozeador, relógio e óculos made in China . E, preparem-se. Como muito bem disse o grande Tom Jobim, todo esse grande "barato" começa já no avião : " minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro ... " .