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Para o governo federal, essa abrangência é extremamente positiva, cabendo aos estados cuidar do combate às causas estruturais da pobreza. Mas alguém acredita que interessará ao Maranhão dos Sarney e a Alagoas dos Collor de Mello fazer romper a letargia do binômio miséria & esmola, ou a manutenção da passividade , da ignorância e da indolência, que tão bem atendem a projetos de perpetuação no poder ?
O Globo realizou a sua análise com base em números levantados a partir da média de habitantes/domicílio calculado na Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios ( Pnad 2006, do IBGE ). Assim, as mais de 11 milhões de Bolsas Famílias concedidas em março/2009, beneficiam hoje a uma população de quase 53 milhões de pessoas. O campeão de atendimento é o Maranhão ( 50 anos de José Sarney no poder ! ), com 3, 6 milhões de pessoas atendidas, equivalentes a pouco mais da metade da população local . Seguem-se Piauí, Alagoas, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Acre, Sergipe, Tocantins, Pará, Amazonas, Amapá, Roraima, etc. Para que se tenha uma idéia, O Rio de Janeiro tem 13,5 % da sua população beneficiada e São Paulo 10, 2 %.
As questões em destaque são : até que ponto esse programa, de caráter eminentemente assistencialista, não contribuirá para a manutenção da passividade dos que, vivendo em regiões paupérrimas, têm a sua manutenção básica bem situada dentro dos péssimos padrões locais, sendo supridas por ações governamentais ? o uso político dessa benemerência não repercutirá em forte reforço da manutenção no poder dos que se apresentam a essas populações como sendo os responsáveis pela "bondade" que, segundo eles, será sumariamente eliminada, caso sejam apeados do poder numa eleição ?
A história nos remete ao Império Romano, quando surgiu a política do "pão e circo" , que oferecia aos plebeus alimentos e diversão, como forma de mantê-los afastados da política e das reivindicações. O pão, mais importante, está assegurado. Na impossibilidade de fornecer o circo a todos, ele é suprido pelo sentimento de religiosidade, ou será que esses quase miseráveis não se apresentam sempre agradecendo a Deus ( e aos seus representantes nesse vale de lágrimas, os políticos ), pelo alimento que hoje forra os seus estômagos ?
Em tempos mais recentes, ao assistir ao presidente da República em um dos seus inacreditáveis improvisos, me lembrei muito do Chacrinha, o "Velho Guerreiro", que se dirigia aos frequentadores de seus auditórios, perguntando de forma debochada : " Vocês querem bacalhau ? vocês querem batatas, vocês querem cebolas ? " ) E, ato contínuo, arremessava em direção ao povão porções desses alimentos, que eram alegremente disputados aos safanões. Assim como o nosso presidente, o Chacrinha também dizia uma série de sandices e deixava "todo mundo" satisfeito. Era, sem dúvida, um ótimo comunicador com as ditas massas. Só que, em se tratando do Lula, depois do besteirol dos seus discursos, falta a ele indagar : "Vocês querem Bolsa Família ? pois votem na companheira Dilma, nos Sarney, nos Collor, nos Renan ..., eles são a minha base. "
A quem achar que estou sendo injusto com o Lula, sugiro que acessem ao site de buscas Google e procedam a uma pesquisa sob o tema "Frases do presidente Lula".