terça-feira, 12 de maio de 2009

QUEM FAZ O QUE GOSTA, FAZ BEM FEITO


Hoje vocês vão permitir que eu faça uma homenagem especial à (o) s enfermeira (o) s, que comemoram o seu dia e, representando a todos que se dedicam a cuidar de quem está necessitando de atenções médicas, dou um grande beijo na minha filha Gabi.

Ainda bem mocinha, ela começou a estudar biologia no Mackenzie, mas logo percebeu que não era bem essa a sua vocação e decidiu fazer vestibular para medicina.

Assim, durante dois anos, tentou ingressar numa faculdade de medicina que tivesse excelente reputação e fosse pública, pois o preço cobrado pelas boas faculdades particulares eram absurdamente altos. Na verdade, ela sempre foi uma aluna que "não dava trabalho" , se colocando sempre na "metade superior" das suas turmas colegiais. Mas nunca esteve, também se diga, entre as primeiras colocadas. Para os vestibulares de medicina, ela estudou mais, porém sem abrir mão dos divertimentos próprios da idade. E essa dedicação não foi suficiente para colocá-la na USP ou na UNICAMP, seus objetivos.

Foi quando um dia ela chegou em casa e nos disse que iria cursar enfermagem. Embora eu houvesse ficado um tanto decepcionado, pois como pai ficaria orgulhoso em ter uma filha médica, aceitei sem resistência a decisão dela. A Gabi disse que sempre adorou lidar com bebês e, na enfermagem, ela teria oportunidade de se realizar, por exigir essa área de atuação uma proximidade muito grande do profissional com o paciente.

Os estágios feitos em diferentes especialidades da enfermagem, só lhe reforçou a determinação de trabalhar com recém nascidos. E tratou de frequentar todos os cursos extra curriculares que lhe dariam um maior conhecimento específico da área. Cursou, também, já em pós graduação, a especialização em neonatologia. Fez concurso e foi admitida como enfermeira do Hospital Universitário da USP, em sua unidade neonatal, onde permaneceu por seis anos, ganhando experiência e continuando a fazer todos os cursos envolvendo conhecimento específico da área.

Foi chamada a fazer testes no Hospital Israelita Alberto Einstein e lá admitida, após todo um período probatório, na sua Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, onde se encontra até hoje, feliz e realizada profissionalmente.

Há um conceito na área de saúde, que diz : " O médico cuida da doença ; o enfermeiro, do paciente . " E é a mais pura verdade. Enquanto o médico tem no seu dia a dia que atender a um grande número de pacientes, o enfermeiro, em especial nos melhores hospitais, como é o caso do Einstein, tem aos seus cuidados diários, numa UTI neonatal, um ou dois "micro-pacientes", o que provoca uma relação muito íntima entre eles e o profissional que os cuida. Diz a minha filha que é belíssimo, gratificante mesmo, observar como aquelas pequenas criaturas lutam bravamente pela vida, num instinto próprio da natureza humana. Então, diz ela, poder colaborar para que os bebês aos seus cuidados se fortaleçam e criem condições para seguir em frente pela vida, é um privilégio que não tem preço. Assim, cada bebê que deixa a UTI nos braços e em meio a sorrisos de seus pais, é uma despedida que representa uma doce vitória pessoal ...

Todos nós, um dia, ou já estivemos, ou iremos estar entregues aos cuidados de enfermeiros . E, de seu atendimento, de seus sorrisos, de suas palavras de incentivo e conforto e de seu carinho e atenção, irão surgir as forças para reagir e vencer a doença, para suportar os momentos sempres difíceis que são passados em um hospital.

Assim, me permito essa pequena homenagem a (o) s milhares e milhares de Gabis que não têm sábado, domingo, feriados, vésperas de natal, ano novo, etc. e que, nessas ocasiões, saem de casa para os seus plantões levando um sorriso nos rostos, sempre determinados a cumprir com alegria a sua sublime missão.