sexta-feira, 8 de maio de 2009

REFRESCANDO A MEMÓRIA


Nesta semana, o noticiário por aqui deu grande destaque a três Chefes de Estado : Luis Inácio Lula da Silva, Fernando Lugo e Mahmoud Ahmadinejad . São estadistas da atualidade.

Ai, uma data me veio à cabeça : dia 7 de maio. No dia 7 de maio de 1945, foi assinada pelo General Alfred Jodl a rendição incondicional da Alemanha às forças aliadas, pondo fim a Segunda Guerra Mundial na Europa ( O Japão prosseguiu resistindo mais algum tempo, até que formalizasse a sua rendição, no couraçado Missouri, em 2 de setembro de mesmo ano, após sofrer monstruosos ataques nucleares dos norte americanos em Hiroshima e Nagasaki ) .

Bem, não é o caso aqui de ficar divagando sobre a Segunda Guerra Mundial, matéria que rendeu seis volumes no célebre livro escrito por Sir Winston Churchill sobre o tema e que lhe conferiu o Prêmio Nobel da literatura em 1953.

O que pretendo é, a propósito do dia 7 de maio, reverenciar a memória de Churchill, considerado por muitos historiadores o maior herói da humanidade no século XX e sugerir uma breve meditação entre o que representou o antigo estadista, suas orações e suas práticas, com o que nos é oferecido por personalidades como as que estiveram ocupando a nossa mídia nesta semana.

Na verdade, para a Alemanha, a Primeira Guerra não havia acabado. O país se encontrava devastado, arrasado financeiramente, humilhado, perdido, quando surgiu a figura de Hitler e o seu Partido Nacional Socialista, unindo o povo alemão, reorganizando o país, trazendo de volta o orgulho e o patriotismo . Em 1934, Hitler assumiu o poder absoluto na Alemanha e, passando por cima do acordado com os países que haviam vencido a Primeira Guerra, foi fortalecendo rapidamente o poderio bélico da nação, enquanto atribuia aos judeus e aos comunistas a responsabilidade pela derrota e humilhação impostas à Alemanha na Primeira Guerra.

Novamente fortalecida, as ações militares vieram por consequência, enquanto as nações que lhe poderiam opor resistência, preferiam partir para gestões no plano diplomático.

Hitler, então, iniciou a sua escalada bélica : Áustria, Checoslováquia, Polônia, depois França, Noruega, Dinamarca, Holanda, Bélgica até chegar a Inglaterra.

Em maio de 1940, Churchill foi nomeado Primeiro-Ministro da Inglaterra , em meio à uma situação dramática, com a Alemanha acumulando vitórias em cima de vitórias e com a Europa acreditando que a vitória final de Hitler seria inevitável.

Ao tomar posse, Churchill, em seu discurso, afirmou : " Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor . Mas, qual o nosso objetivo ? Vitória, Vitória a todo custo, Vitória por mais longo e difícil que possa ser o caminho que a ela nos conduz ; porque sem Vitória não sobreviveremos, não sobreviverá o Império Britânico. Unamos nossas forças e caminhemos juntos " . E os feitos de Churchill se tornaram memoráveis. Para não alongar demais a nossa conversa, vou lembrar aqui o episódio que ficou célebre com a denominação de Batalha da Inglaterra, que marcou a primeira derrota expressiva de Hitler e o início da inversão de tendência da Segunda Guerra. Considerando a Inglaterra praticamente batida, Hitler colocou em ação a LUFTWAFFE, força aérea alemã, possuidora de 2.669 aeronaves, para proceder a um forte ataque às terras inglesas cuja força aérea , RAF, contava com seiscentos e poucos aviões. Em início de agosto de 1940, foram realizados os primeiros ataques. Tendo uma frota infinitamente menor, o grande trunfo dos ingleses foi o uso do radar, instrumento de defesa que não havia merecido a devida atenção dos alemães. Em 24 de agosto, o centro de Londres foi alvo de pesado bombardeio. No dia seguinte, os ingleses tiveram a audácia de retaliar, atacando Berlim, o que deixou Hitler absolutamente enfurecido, pela ousadia.

Assim, entre 7 de setembro e 13 de novembro, todo o peso da Luftwaffe foi deslocado para bombardeios a Londres que ficou em escombros, mas resistiu às blitz alemãs, com a Família Real se recusando a deixar a cidade, preferindo ali permanecer, dando apoio e conforto moral à comunidade. Em 13 de novembro, a RAF conseguiu, finalmente, liquidar com os ataques aéreos, pondo fim à Batalha da Inglaterra, quando o líder da resistência, Churchill, em agradecimento aos seus heróis pilotos, pronunciou a imortal frase : " Nunca, na história dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos ". Pois é, e a Churchill, à sua liderança e coragem a humanidade deve agradecer por não ter caído em mãos do nazismo.

Mas, o tempo é implacável e chegamos aos nossos dias, quando se houve de atuais estadistas, frases dessa magnitude : " A Marisa engravidou no primeiro dia do casamento, porque pernanbucano é fogo ! " Muito profundo, não ?