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Já o Guido Mantega, dá até aflição ouvir os seus titubeios e insegurança nas coletivas e o constante voltar atrás em todas as suas previsões, além de fornecer aos entrevistadores munição para ironias.
Ontem mesmo, o ministro Mantega admitiu que está considerando com otimismo um crescimento do PIB em 2009 entre 0% e 2% . Bem, estamos em maio. O nosso crescimento, na avaliação ministerial, vem caindo na base de 1% ao mês, desde janeiro. Já foi 4%, depois 3%, em seguida 2%, agora já pode ser 0% .
E, senhor ministro, não existe a sua colocação de "crescer 0%" . Desde quando 0% é crescimento ? sendo assim, em junho o nosso ministro poderá estar garantindo que o nosso PIB deverá "crescer" - 1% , em julho, deverá "crescer" - 2% e lá vamos nós nessa triste balada.
Sempre faltam elementos que forneçam consistência ao otimismo de Mantega . Garante ele que o primeiro trimestre foi péssimo. Isto mesmo, os dados coletados o demonstram . Mas assegura, também, que já saímos do fundo do poço e o segundo trimestre será de retomada, com o PIB acelerando. Muito bem, como brasileiros, torcemos para que sejamos o primeiro país a sair da crise, para que a nossa produção industrial e o emprego cresçam, assim como o consumo interno e as exportações, em especial de produtos manufaturados, que os investimentos produtivos aumentem, com capital próprio e com recursos estrangeiros. Mas, se a nós cabe torcer, ao ministro da Fazenda compete exibir claros elementos de convicção que embasem as suas expectativas. O seu cargo exige que a verdade, clara e sem sofismas seja colocada, para que os seus pronunciamentos mereçam credibilidade.
A idéia de vender boas expectativas sem respaldo, não funciona. O ministro da Fazenda deve inspirar confiança antes de tudo e não ficar sustentando um discurso de crescimento que vai sendo desmentido à medida que o tempo vai passando e a realidade substitui a expectativa. Faria bem ao Guido Mantega fazer um curso de "comunicação com o mercado" e, para tanto, lhe sugiro dois ótimos mestres : Pedro Malan e Armínio Fraga. Esses dois tiveram que segurar "rabos de foguete" bravíssimos e sempre se saíram muito bem, como é reconhecido até mesmo pelas rodas petistas.
A questão de tributar, a partir de 2010, as cadernetas com elevados depósitos, foi anunciada com a aplicação de complicadíssimas fórmulas, fazendo com que os depositantes com maior disponibilidade tenham que fazer cálculos e mais cálculos, inclusive pagamento de imposto de renda, para concluir se vale a pena deixar o seu dinheiro em cadernetas ou será melhor pensar em outra aplicação. O negócio ficou tão complicado que não deu para perceber se Mantega escorregou ou não em suas explicações.