terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

TRIBUTO À VELHA BAHIA



Em 2 de fevereiro, é comemorado pela Bahia o dia de Iemanjá, a Rainha do Mar. Pescadores levam em seus barcos adornados oferendas à sua protetora, num espetáculo lindo e comovente. E ontem, foi o primeiro 2 de fevereiro, sem que tivéssemos mais entre nós o doce cantador da terra Baiana e de seus mares, Dorival Caymmi, marcando a data com um toque de saudade.


Nascido em Salvador, criado no Rio de Janeiro e "abrigado" em São Paulo, nunca deixei de ter pela minha terra um amor do tipo que menino costuma ter pela sua mãe. Até hoje, quando viajo para Salvador, eu que em avião só gosto de sentar no corredor, faço questão de janela e quando começo a reconhecer os lugares que me dizem muito, como o Farol da Barra, e as dunas de Abaeté, me deixo levar pela emoção e sinto uma imensa alegria por estar "voltando para a casa".


E, mesmo estando longe de ser alguém "viajado", sou capaz de garantir que não existe vista mais linda no mundo, que aquela que desfruto da imensa varanda do apartamento de meus primos muito queridos, Tereza e Penedo, moradores do chamado Corredor da Vitória. Você não consegue concluir se o que se descortina daquele lugar é mais bonito durante o dia, no cair do sol, ou à noite, quando se tem ao fundo do oceano, a iluminação de Itaparica e Mar Grande.




Sentar ali, petiscando um acarajé e um abará, degustando aquele uisquinho, ouvindo aquela seleção de músicas que batem lá no fundo do coração e trocando muita afetividade e carinho com pessoas especiais, como os primos baianos, jogando conversa fora, falando mal de nossas "otoridades", dando risadas e, às vezes até vertendo uma lágrima ou outra (afinal a vida não é só alegria).Fato é que momentos como esses nos permitem acreditar que a "vida é bela" .


Mas, Salvador vale a pena, mesmo para quem não vai ter o aconchego da varanda dos primos. Além do roteiro turístico tradicional que mostra a sua belíssima orla, temos a ver um belo pedaço da nossa história. Mas a cidade não oferece só isso a quem a visita. Ela tem um "clima", meus amigos, que "sai de baixo" . Há até os que voltam de lá encantados : "Pois é, fazia tanto tempo que já nem lembrava como era. Fui com a minha mulher a Salvador e, sei lá, parecia um menino" .


Por tudo isso, pergunto : " Você já foi à Bahia ? não ? então vá ...