sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

SEXTA, 27/02/09

- Lula dá um tapa no focinho desse Edison Lobão ( PMDB - MA ) e no próprio PMDB, abortando a tentativa de trocar o comando da Fundação Real Grandeza, das estatais Furnas e Eletronuclear. Lobão saiu totalmente queimado do episódio. Tivesse um mínimo de brio e pediria as contas. Mas esse pessoal sabe lá o que é brio ? já deve estar fuçando outro eldorado para lá colocar "gente de sua confiança";


- Hamas e Fatah selam compromisso de formar governo de união nacional. Bem, sendo pra valer, é um bom começo para a reconstrução da Faixa de Gaza e para futuras negociações com Israel, já que Binyamin Netanyahu ( Bibi ), líder do partido direitista likud, manifestou estar disposto, como premiê de Israel , a envidar esforços no sentido de alcançar a paz para a região admitindo a criação de um Estado palestino. Que os Deuses iluminem os espíritos de todos os envolvidos na empreitada;


- Mais uma atração para os turistas que vão à Itália : a tal de Liga Norte, que faz parte da coalizão de governo do primeiro-ministro Berlusconi, pretende criar "centros eróticos". Nesses locais trabalhariam as prostitutas ( e os prostitutos ? ), afastando das ruas o chamado "comércio do corpo" . Segundo matéria do Estadão, em Roma já está em pleno vigor lei que aplica multa de 500 euros a quem, nas ruas, se aproximar de prostitutas. Cuidado você que está seguindo para Roma com o propósito de ver o papa e, de repente, é surpreendido por um carabiniere a menos de um metro daquela moça bonita que circulava na calçada;

- Por falar em Vaticano, o tal bispo Richard Williamson, aquele inglês que negou o holocausto e anda pensando em solicitar asilo político ao laico ministro Tarso Genro, pediu perdão às vítimas do Holocausto e à Igreja Católica, "mas não deixou claro se havia mudado de opinião", segundo informa o Estado de São Paulo. Não seria má idéia se o papa Bento XVI mandasse esse camarada passar uma boa temporada no Afeganistão, pregando o cristianismo para os talibãs ? ;


- Presidente Obama gastará mais com diplomacia e menos com guerra, nos informa de Washington a Folha de São Paulo. Os gastos com as duas guerras em andamento, Afeganistão e Iraque, diminuiram pela primeira vez em sete anos, assim como reduziu-se o ritmo de despesas com a Defesa, fato inédito na história recente do país. O Pentágono, aliás, é a terceira pasta menos favorecida nos aumentos, com 4% sobre 2009. Os gastos com diplomacia sempre foram ínfimos, se comparados com aqueles voltados para a Defesa. Uma diminuição de distância entre ambas seria uma clara demonstração de mudança da tendência bélica que marcou o abominável governo Bush.



- O calote no pagamento de prestações de financiamento à compra de veículos gera novo recorde de inadimplência. Surpreende ? não. A inadimplência cresce ou diminui na razão direta do incremento ou da retração de salários e empregos. E o problema não se restringe apenas aos automóveis, pois aqueles chamados "populares" andaram sendo financiados em 84 meses sem entrada, um verdadeiro convite ao sinistro de crédito. Unidades habitacionais, ao longo de 2007 e 2008, foram disponibilizadas no mercado em condições absolutamente irreais. Quando os compradores começarem a fazer a conta : " o meu imóvel custou 350. Já paguei 50, devo 400 e o imóvel hoje está valendo 280 ? tô fora ! " . E olha que vai sobrar é imóvel, isto sem contar as obras que nem vão sair do chão e as que ficarão pelo caminho. Este filme eu já assisti e em muitos " cinemas " diferentes, nos últimos 40 anos;

- Em outras épocas fui, com a minha família, um consumidor entusiasmado dos chamados cruzeiros marítimos. É bem verdade que as viagens feitas não foram internas, mas fato é que nunca tive do que me queixar, a não ser nas chegadas dos navios, quando se tem que passar por aduana e imigração. Mas, pela leitura dos jornais e alguns depoimentos, inclusive de meu filho, esses cruzeiros tem acarretado muitos dissabores aos seus participantes. A bola da vez agora foi o Costa Romântica que ficou por 22 hs. ancorado a 13 km. da costa de Punta del Este, por conta de um incêndio ocorrido em um gerador de eletricidade. Os passageiros permaneceram a bordo em condições precaríssimas, inclusive sem luz e água e sendo alimentados com sanduiches. Pior é que, nestas últimas férias, não foi este o único incidente. Aconteceram em diversos barcos problemas de diferentes espécies, passando por surtos de diarréia, intoxicação alimentar e alguns óbitos ;


- Os Estados Unidos projetam um déficit de US$ 1,75 trilhão em 2009, equivalentes a 12,3% do seu PIB. Esta relação entre déficit e PIB é a mais alta registrada desde o final da segunda guerra. A situação encontrada pelo Presidente Barack Obama é realmente muito difícil e nos deixa a todos em estado de total perplexidade diante da absoluta falta de controle com que operava todo o sistema financeiro norte-americano. A não interferência do Estado nos negócios do mercado fez com que espertos altos executivos criassem mecanismos de captação de recursos sem nenhum lastro e daí se fartassem em bônus e gratificações milionárias. Uma pouca vergonha essa gente que, lá como aqui, deve acabar impune e difícil ter de reconhecer mais essa monumental vulnerabilidade da grande meca do sistema capitalista ;

- E, já que estou batendo forte nos Estados Unidos, uma noite dessas assisti na televisão ao documentário sobre o Sistema de Saúde Americano ( Público e Privado ) ,obra do cineasta Michael Moore, intitulado Sicko - S.O.S., e mais uma vez me vi frente a cenas que me impressionaram fortemente. É bem verdade que Mike Moore é um ácido crítico do governo norte-americano. Ainda assim, acreditando que as situações demonstradas não sejam fruto de calúnia, é espantoso o tratamento oferecido a quem passa pela desgraça de precisar de assistência médica nos Estados Unidos ( o mesmo se for vinculado a um Plano de Saúde desses mais populares ) . A certa altura do documentário, um grupo de norte-americanos residentes em Paris oferece depoimentos enaltecendo os bons serviços da saúde pública francesa, acrescentando : "Aqui o governo tem medo do povo. Nos Estados Unidos, o povo tem medo do governo ". Foi quando eu pensei, e no Brasil ? no Brasil, o que é nosso direito, ou é simplesmente ignorado ou, quando somos atendidos com urbanidade e eficiência, em repartição ou hospital público, temos vontade de beijar as mãos do funcionário que nos atendeu em agradecimento a ele ter, exclusivamente, cumprido com a sua obrigação. Incrível, não é mesmo ? mas assim somos e, se mudanças houver, não será para assistirmos.