segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A BALADA DOS BOLEIROS

Não formo entre aqueles que, simplesmente, massacram os nossos jovens jogadores de futebol que caem na tentação de aproveitar a fama e dinheiro, numa esbórnia que vai encurtar as suas carreiras e contas bancárias.

Essa garotada que na sua quase totalidade teve uma infância cercada por necessidades quase primárias e, nem sempre, contaram com o apoio de uma estrutura familiar adequada, de repente, ainda muito jovens, testosterona a mil, se vêem detentores de imensos salários, de carros maravilhosos, de bajulação dos cartolas, de empresários e de torcedores e, pricipalmente,
assediados por mulheres muito lindas, todas louquinhas para sair com os craques, as famosas "Marias-chuteira" . Ora, resistir a essas tentações, quem há de? São poucos, convenhamos, muito poucos, uns heróis da virtude e dos bons costumes.

Alguns até resistem e passam um bom tempo na base dos treinos, do condicionamento físico, das concentrações, da alimentação balanceada, do sono reparador. Mas, e os "amigos"? Não lhes falta quem diga : "vamos lá, você vai gostar, só hoje". O garoto vai, e é aquela festa. Acaba a balada dormindo com uma ou mais gatinhas que há pouco supunha existir apenas na tela da Globo. E o que era "só hoje" se torna rotina e os reflexos desse "bem-viver" não tardam. Muitos, depois de serem devidamente "atropelados" pela imprensa e pelas torcidas dos seus clubes, resolvem dar "uma parada" nos embalos. Alguns conseguem, a maioria, não. Estão devidamente cooptados por um novo estilo de vida, seguramente anti-atleta e vão enrolando, com a fama adquirida no passado, até que chega o dia que "não dá mais".

Fato é que esses atletas da bola deveriam, quando ainda meninos, serem submetidos a um trabalho psicológico que os preparasse para a popularidade e o dinheiro. Pelo menos em muitos casos, poderia funcionar. Mas, como disse no início do texto, não serei eu a atirar a primeira pedra nos Ronaldos e nos Robinhos da vida.