- Hoje está difícil encontrar noticias que mereçam o polegar pra cima.Cisca aqui, cisca ali e nada. Vamos comemorar o quê ? "as vendas de veículos subiram 1,5% em janeiro ante dezembro". Pô, mas dezembro não se constituiu numa tragédia ? sendo assim, 1,5% em cima de uma tragédia não é motivo para euforia;- O Bradesco divulga lucro menor. Taí, eu e todos os brasileiros que não somos banqueiros, nos revoltamos com os lucros mirabolantes dos bancos. Assim, como não acontecia há muito tempo,os resultados do Bradescão em 2008 não cresceram, sendo menores em 5% se confrontados com os auferidos em 2007. Mas não nos animemos, pois, ainda assim, os tais lucros alcançaram R$ 7,62 bilhões, grana para fazer a alegria de todo o mundo, menos de banqueiro que, no caso do Bradesco, já começa a reagir diante das ameaças do governo de diminuir seus spreads;
- Na falta absoluta de bons assuntos para registrar, comemoro a vitória da seleção brasileira de Sub-20, no Sul-Americano da Venezuela. Ganhamos da Argentina por 2 X 0 e o jogo não terminou sem que antes houvesse um daqueles habituais quebra-paus. Ganhar de Los Hermanos, até em dominó ou amarelinha, é sempre motivo de alegria;
- A fotografia estampada na primeira página dos jornais de hoje é de chorar. O último dos nossos grandes Coronéis, José Sarney, de braço dado com Michel Temer ( muito bem apelidado por outro Coronel, o falecido ACM, de Mordomo de Filme de Terror ) marcham para tomar posse do Congresso Nacional, em meio a um processo que eles chamam de renovação. Deus do céu, quanto custará ao país esta dupla fazendo tabelinha no Legislativo ? Quando eu vejo a figura do Sarney, só me lembro de meu pai que, diante de alguns "vasos-ruins", costumava exclamar: "há pessoas de que a morte se esquece!" ; - Dando prosseguimento ao assunto anterior, o que se passou ontem em Brasília foi um autêntico bacanal eleitoral, um vale-tudo onde "ninguém era de ninguém" . Esse Sarney é mesmo um cara-de-pau. Jurou que não seria candidato, até para o Lula, mais de uma vez, enquanto cabalava votos por "baixo dos panos", como é sua especialidade. Depois, saiu arrotando grandeza, afirmando que só aceitaria a "penosa missão" se fosse por consenso e, no final, disputou a cadeira de presidente com Tião Viana, a quem venceu por 49 a 32 votos. Mas a coisa não vai parar por aí. Coladinho no Sarney, está de volta o glorioso senador Renam Calheiros, principal articulador da campanha ;
- A insurreição de Paraisópolis, que é uma espécie de Rocinha horizontal ( sem a vista do mar de São Conrado ), foi algo que deixou os paulistanos e mais especialmente os moradores do Morumbi, como eu, de cabelos em pé. Houve uma perseguição da policia a um carro roubado, o ladrão fugiu em direção a Paraisópolis, foi cercado, tiroteio ( não sei se em dois ou em um único sentido ) e o cara, fugitivo de uma penitenciária, bau-bau. Daí houve aquele " espírito de corpo " de alguns moradores locais, que partiram para o confronto com a polícia, na principal avenida do bairro. Carros particulares incendiados, estabelecimentos comerciais depredados, pânico, desmaios, feridos, o diabo ! Inevitável a pergunta : será apenas o começo ? a população do Morumbi, há pouco, já havia passado por uma situação insólita: policiais civis que tentavam marchar rumo ao palácio do governo estadual para um protesto se digladiaram com seus colegas da polícia militar e transformaram a região em uma praça de guerra. Considerando que o bairro, volta e meia, sedia confrontos entre as chamadas torcidas organizadas ( !!! ) de futebol, alguns antigos moradores que vieram buscar no local o encanto da abundante vegetação e o alegre cantar dos pássaros já estão ficando com a idéia fixa de se mudar para a Faixa De Gaza;
- Será que o Fenômeno micou ? o Corinthians está tendo grandes dificuldades em arranjar quem esteja disposto a pagar a bagatela de 20 milhões de reais para ter a sua marca estampada na camisa dos atletas, 6 milhões para ter um espaço nas mangas e mais 6 milhões nos calções dos jogadores. Pior é que, ao que dizem, a água já está na altura do queixo do clube. Não aparecendo interessados, sabe-se lá o que vem por por aí...
