terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

AINDA REPERCUTINDO A ENTREVISTA DO SENADOR JARBAS VASCONCELOS

Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos



Tenho um primo em Salvador, a quem quero bem como a um irmão. Esse primo tem duas características que se tornaram verdadeiros dogmas : na terra em que nasceu e vive muito bem até hoje, graças a Deus, é torcedor fanático do Bahia, desses de verter lágrimas de sofrimento a cada nova decepção com o que já foi um dia o "tricolor de aço" . Já na capital federal, o homem é torcedor, não menos fanático, do Lula. As más línguas soteropolitanas chegaram a ponto de garantir que esse primo desfilaria na famosa banda do Serjão, que todo ano abre o carnaval do bairro da Barra, fantasiado de LULETE, com direito à saiote e o diabo a quatro. Infelizmente, um início de processo de osteoporose não lhe permitiu o requebrar dos ossos e a minha prima Hêdy, sua mulher, escapou de ver o maridão pagar esse mico.

Mas ontem, fruto da entrevista do Jarbas Vasconcelos iniciamos, meu primo e eu, uma acalorada discussão que eu, pressentindo que a coisa poderia entrar em ebulição como o dendê na hora de fritar o acarajé, preferi dar uma desculpa e encerrar a ligação interurbana.

Hoje, retomado o espírito de conciliação que sempre prevalecerá em amizades que estão "acima do bem e do mal", volto ao tema e me desculpo, reconhecendo que disse bobagens, seja em relação ao Jarbas Vasconcelos, seja em relação ao Pedro Simon.

Quanto ao senador Pernambucano, mantenho o que disse em relação à sua idoneidade moral. Mas, meu primo tem razão: Jarbas sentindo-se uma espécie de estrela cadente em seu "sítio" de atuação política, viu na entrevista à Revista Veja, uma oportunidade única para voltar à ribalta. Mas, já no dia seguinte, diante de toda a imprensa do país, quando se esperava o aprofundamento das questões por ele superficialmente mencionadas, nada. O velho político se colocou a "andar de lado" e coisa nenhuma foi acrescentada às suas denúncias genéricas. Uma pena, mas você tem razão, caro Antônio. O que eu imaginei pudesse vir a ser pura dinamite, não passou de uma bicha de rodeio, como se chamavam na Bahia da minha infância aquelas biribas de São João.

Já Pedro Simon, esse, juro por Deus, não me pega mais. Foi a última vez. Pedro Simon parece um carangueijo : não se alimenta da lama, mas vive muito confortavelmente em seu meio. Em diversas ocasiões, assistindo aos discursos de Simon na tribuna do Senado, terminei não entendendo nada. Ele balança os braços, dá tapas na prancheta onde colocam os dicursos, tem esgares enigmáticos, adula e açoita, espanca e acaricia, faz parecer que está em pleno surto de histeria e, terminado o pronunciamento, ficamos encucados : espera aí, mas afinal ele é contra ou a favor ? e que tal Pedro Simon a justificar a safadeza no PMDB, na base do argumento do Justo Veríssimo : " Sou, mas quem não é ? "

Pois, então, retiro o que disse ontem. Que eles fiquem no PMDB, afinal, se gostam...