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Os jornais televisivos são "atirados" em nossas caras e não suporto mais testemunhar cenas do tipo pais desesperados com filhos pequenos mortos, vítimas de atos de violência, animais sendo assassinados com crueldade e coisas de igual natureza. O "jornal de papel" nos dá a chance de olhar o título da matéria e só ler aquilo que podemos suportar.
Ontem, porém, passando os olhos nos canais, me deparei com uma reportagem do Jornal Nacional que me fez acompanhá-la até o fim com o mais vivo interesse. Eram mostrados dois ativistas da ONG "Fórum das Famílias Enlutadas" : Aisha, moça palestina que presenciou um irmão sendo morto por militares israelenses em 1999 na Cisjordânia e Aaron, um senhor israelense que perdeu um filho no Líbano, também em 1999.
Pois bem, ambos, em vez de de se odiarem mutuamente, atravessam juntos o território da região, proferindo palestras onde defendem a tese de que é possivel aos seus povos alcançarem a paz. Aísha disse que essa foi a melhor maneira que pôde encontrar para colocar pra fora a revolta que sentiu pela morte do irmão.
A ONG possui hoje 500 famílias a ela vinculadas, metade composta por palestinos e a outra, por israelenses. As palestras por eles promovidas fazem com que seus militantes reúnam trabalhadores e estudantes em fábricas, escolas e centros comunitarios, sempre em pequenos grupos, demonstrando a eles que, sem alimentar sentimentos de ódio e vingança, há como tornar possível a convivência pacífica entre israelenses e palestinos.
Alguns ativistas desse Movimento prestaram depoimentos no documentário " Ponto de Encontro ", co-dirigido por uma brasileira, Júlia Bacha. O filme mostra como milhares de palestinos e israelenses têm as suas vidas afetadas por atentados, foguetes e sequestradores de um lado e um dos exércitos mais poderosos do mundo, de outro.
O caminho da paz na região é longo e cheio de obstáculos, mas não é, como muitos acreditam, impossível de ser alcançado. Para tanto, é necessário colocar do mesmo lado israelenses e palestinos que querem o fim das hostilidades e do outro, isolados, os que pregam a violência como solução para os conflitos. Um dia, que espero não esteja longe, os inimigos comuns desses povos passarão a ser os belicistas, estejam eles onde estiverem.
Aos que, como eu, desejam a paz proponho que não se deixem abater pelas últimas noticías vindas de Israel que dão conta da grande possibilidade de o ultradireitista Avigdor Liebermann vir a ser o próximo chanceler de Israel, face ao acordo concretizado entre o seu partido e o Likud, do já quase certo primeiro-ministro de Israel, Binyamin " Bibi " Netanyahu. Contra a indicação de Lieberman conspira a voz da comunidade internacional que poderá colocar Israel numa espécie de isolamento. Vamos aguardar a marcha das intrincadas negociações.