terça-feira, 3 de março de 2009

INVERNO E VERÃO




Temos vivido nesses últimos dias, o que se dizia antigamente ser um "calor senegalesco". Eu, particularmente, detesto essa época do ano, quando temos uma temperatura altíssima durante o dia e, à tarde, sofremos aquelas tremendas tempestades, com ruas inundadas, casas invadidas pelas águas, barracos sendo levados morro abaixo, enfim, o pior dos mundos por aqui, considerando que Deus nos poupou de fenômenos da natureza ainda mais graves . Quando assisto aos jornais da TV e vejo as consequências de cada chuvarada, fico imaginando o que não seria se por aqui, caso fôssemos atingidos por furacões, nevascas, terremotos, isto para não dizer tsunamis.

Em São Paulo, nos velhos tempos, tínhamos as estações do ano mais ou menos demarcadas. Frio no inverno, era uma delícia, temperaturas moderadas na primavera e no outono e calor forte durante o dia mas noites amenas no verão. Tanto devastaram a nossa ecologia, tanto asfalto substituiu a terra, que o clima virou de "ponta cabeça" , como se usa dizer. Verão muito quente, primavera e outono idem e inverno apenas com ondas de frio que logo se dissipam trazendo de volta o calor.

Lembro da época em que trabalhava no Rio de Janeiro, usando paletó e gravata. No verão saía para almoçar e sentia que o asfalto estava mole, enquanto esperava para atravessar uma rua. E o suor corria pelo corpo, o que era muito desagradável. À noite, não conseguia dormir sem usar o ar condicionado. Mesmo na praia, vinha um terrível bafo quente e a salvação eram longos mergulhos na água, essa sim, nos dando um choque térmico, pois quase sempre estava gelada.

Por isso mesmo sempre procurei fazer minhas viagens aos Estados Unidos ( exceto Flórida, cujo inverno dá tranquilamente para encarar ) e Europa, nas chamadas estações intermediárias, ou seja, outono ( uma delícia ) e primavera. Acho que, assim como eu, esses passeios não combinam com o calor. Não me imagino andando em Paris, de tênis e bermudas, suando por todos os poros. O mesmo digo de Buenos Aires, para citar um exemplo mais próximo. Jamais iria a Buenos Aires em janeiro ou fevereiro. Querendo ficar "por aqui" no calor, nada melhor que uma boa praia no nordeste, onde a noite há sempre uma deliciosa brisa vinda do mar. Nesse caso, o calor é até bem-vindo, com mar de águas quentes, deliciosos petiscos e uma cerveja "estupidamente gelada".

Mas, no rame-rame da rotina, fico mesmo contando os dias para que acabe o tal horário de verão e depois a própria estação, esperando o outono como se fosse uma bênção. Viva pois o frio, principalmente quando acompanhado de um vinho tinto, pão e queijo.