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Não foi por outro motivo que, lá pelos meus quinze anos, me senti "homem prá cacete", quando me vi com um maço de cigarros no bolso da camisa, exibindo-o de forma a que todos pudessem vê-lo e, me admirar, como se, por conta daqueles cigarros, eu merecesse ser admirado, respeitado e, quem sabe, até paquerado ?
Momento seguinte, eu já trabalhando, me lembro de reuniões realizadas numa sala bem apertada, com uma mesa que lhe ocupava todo o espaço, onde tomavam assento onze funcionários e a chefe do meu setor. Em cima da mesa, três cinzeiros bem grandes. Dos integrantes da reunião, onze fumavam ! O Francisco, pobre coitado, além de detestar cigarro, tinha uma enorme alergia à fumaça, que o deixava fungando, olhos vermelhos e quase sem respiração.
Pois bem, O Francisco sentava perto da única janela existente e a abria, para protesto dos fumantes que alegavam a perda de potência do ar condicionado e consideravam a providência desse único "não fumante", pura "frescura".
O que espanta, na situação acima, era que, nessa época, final da década de 60, de doze jovens, todos na faixa de 20 anos, onze eram fumantes ! E, sendo minoria absoluta, quem não fumasse tinha que se submeter caladinho à ditadura da então "brigada de fumantes".
Eu, graças a Deus, se fumei durante mais de trinta anos, um tremendo equívoco, não cheguei a ser um dos mais inveterados tabagistas. Pitava menos de um maço por dia ( engraçado, fumante é "medido" por maços : um maço, dois maços, meio maço ), quase não tragava, não fumava antes das dez horas da manhã, detestava cigarro em automóvel e na cama ( na hora de dormir, naturalmente ) e era incapaz de pegar no sono se houvesse por perto algum cinzeiro com bitucas apagadas, ou seja, era um tabagista, digamos, do "grupo moderado" .
Parei de fumar sem maiores dificuldades, a não ser um certo sentimento de perda que surgia quando eu procurava o maço e o isqueiro e me lembrava que havia deixado de ser fumante. Mas essa sensação foi desaparecendo com o tempo e, entre seis meses a um ano, nem mais conseguia entender como que eu pude ter fumado durante tanto tempo.
Mas, se para mim foi fácil largar esse hábito, ou vício, para muitos outros, talvez a maioria, "a coisa" não funciona bem assim. E sou solidário a todos que lutam para deixar de fumar e, principalmente, para com os que nem ousam tentar, pois acham que a sua vida perderia muito da sua graça, sem a companhia do amigo ( ? ) cigarrinho.
Hoje, com a promulgação da Lei Estadual Anti-Fumo, se observa a formação de verdadeiras brigadas "caça-tabagistas" formada, em grande parte, por ex-fumantes que são, normalmente, os mais radicais militantes.
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A história não nos remete a boas lembranças dos grupos que, em todas as épocas, saiam "caçando" alguma espécie de pessoas, então objeto do seu ódio, pelos mais variados motivos.
Aos fumantes, ofereço minha simpatia e a sugestão : os tempos estão ficando cada dia mais difíceis para vocês. Não seria, então, uma boa hora para se pensar numa estratégia capaz de dar um xeque-mate no cigarrinho ? Hoje, há muitos recursos auxiliares para serem usados, alguns deles bastante eficazes .